segunda-feira, 27 de julho de 2015

Opinião | O Estranho Caso da Rapariga Raptada, de Spencer Quinn


Titulo Original: Dog On It
Ano: 2009
Editor(a):  Edições ASA II
Páginas: 320

1.ª Edição - Agosto 2012


 Contra-capa:



 Críticas de Imprensa (aba esquerda):

 "Não lhe falta nada para ser uma obra-prima... Venham daí mais livros da série!"
 Los Angeles Times 

 "Uma estreia fulgurante... Os leitores de policiais clássicos vão adorar."
 Publishers Weekly 

 "Não gosto de cães. Mas adorei ler este livro. É de uivar por mais"
 Boston Globe

 "A visão que o corajoso narrador canino tem dos seres humanos agradará tanto aos fãs de histórias policiais como aos amantes de cães."
 Kirkus Reviews

 "Cães à parte, é também uma excelente história de detetives. Algo preguiçoso e um pouco lento, Chet é assim um dos mais fascinantes detetives que apareceram nos últimos tempos, e está muito bem acompanhado por Bernie. O excelente leque de personagens principais e secundárias, a visão canina do universo e o ritmo sincopado fazem deste livro uma estreia a não perder."
 Booklist 

 "Até que enfim uma história policial com cães que os mostra como eles realmente são... As personagens são cativantes, a narrativa é intrigante, rápida e bem escrita. Até os amantes de gatos vão gostar deste livro."
 Library Journal


 Mini-biografia do autor (aba direita):

 Natural de Boston, teve uma série de empregos, desde pescador nas Bahamas a produtor de televisão na CBC (Canadá). Começou a escrever a série policial Echo Falls Mistery sob o seu verdadeiro nome: Peter Abrahams. As suas obras foram recebidas com excelentes críticas, foi finalista do Edgar Award e vencedor do Agatha Award. Ainda assim, e apesar de Stephen King publicamente afirmar que Peter é o seu escritor favorito, o autor debatia-se com as fracas vendas dos seus livros.
 O facto levou-o a criar o pseudónimo de Spencer Quinn, e com ele uma nova série, protagonizada pelo cão Chet e pelo seu dono Bernie. Os livros tornaram-se imediatamente um enorme sucesso de vendas, o que provocou uma autêntica "caça ao autor", cuja verdadeira identidade seria revelada por uma jornalista de investigação.
O escritor, cujas influências literárias vão de Nabokov e Graham Greene a Ross Macdonald, vive atualmente em Cape Cod com a mulher, os filhos e o cão.


 Opinião

 O Estranho Caso da Rapariga Raptada é daqueles policiais leves que nos lembram muito histórias como as dos episódios da série O Inspetor Max.

 Neste livro, o protagonista é Chet, um cão que chumbou na escola de cães-polícia e que tem como dono Bernie Little, um detetive privado divorciado da mulher, Leda, e afastado do filho Charlie. É também ele o narrador da história, sendo-nos oferecida a visão do autor sobre o modo como os nossos animais de estimação poderão compreender o mundo à sua volta e o significado por detrás de certas reações. É, sem sombra de dúvida, uma ideia interessante, contudo, na minha opinião, mal explorada em diversos aspetos: o estilo da narrativa, a «voz» de Chet, a escrita em si, não me cativaram o suficiente (algumas repetições escusadas que estavam lá somente para nos lembrar de que a história estava a ser narrada por um cão e que os cães têm fraca memória; descrições do cenário que pouco diferenciam do tipo de descrições feitas por um ser humano...). Recebemos, no entanto, a experiência de possuir sentidos mais apurados do que os nossos em primeira mão: como Chet reage aos sons longínquos, a sua visão mais do que útil no escuro, a importância do olfato para um canídeo; tudo aspetos que fazem desta uma leitura bastante curiosa e interessante para os amantes de cães. Contudo, a conclusão é que, embora receber o ponto de vista de um cão pareça ser uma ideia bastante promissora, a escrita não é tão original assim e nem sempre as promessas são o suficiente para fazer valer um livro.

 Chet e Bernie possuem uma relação bastante próxima onde os verdadeiros amantes do seu animal de estimação se poderão rever. A confiança é mútua, têm uma vida em comum, partilham segredos e o mesmo forte sentimento que é a razão desta bela amizade.

 No entanto, enquanto policial, é um livro bastante fraco. Nada no mistério deste livro o torna diferente ou especial e a frase da sinopse «caso muito mais complicado do que poderia parecer» é bastante enganadora: aquele que parece ser um caso demasiado simples e não merecedor de investigação revela-se algo mais sério, mas nada de extraordinário. As personagens são pouco desenvolvidas e não muito interessantes. e, nesse aspeto, Bernie foi aquela que mais me agradou. Não sei até que ponto seria melhor explorada nos próximos livros da série, mas também não pretendo continuar a acompanhar as aventuras de Chet e Bernie e estou confiante de que nem a ASA pretende continuar a traduzir os livros de Spencer Quinn.

 Foi uma leitura agradável e, apesar de ter retirado algum prazer dela, revejo-me em alguns excertos desta opinião. Não foi bom o suficiente. Uma leitura fraca para aquilo que as críticas prometiam.




2 comentários:

  1. A capa é super apelativa porque o cão é adorável, mas após a tua resenha não fiquei assim com tanta vontade de ler.
    Beijinhos
    www.fofocas-literarias.blogspot.pt

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    1. A capa que coloquei nesta opinião é na verdade a capa da jacket, a que está por baixo é ainda mais bonita e tem tudo a ver com a história.
      Acho que é um bom livro para quem não lê muitos policiais ou para quem não sabe bem o que ler e lhe apetece uma coisa leve, mas, ainda assim, não é dos melhores policiais.
      Beijinhos!

      *Mistery

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